Uma das crônicas mais interessantes que já li, é do Luis Fernando Veríssimo (não o cronista dos livros, que também adoro!), resolvi postar aqui para vocês, porque afinal de contas, vale a pena dar uma conferida. Esse texo não é só para nós mulheres, é uma reflexão para vocês homens também, só que no caso masculino, vocês não dão, mas ao lerem troque a palavra "dar" por "sexo". Pronto! Resolvido o problema.
"Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplendindo, mas dar é bom pra cacete. Dar é aquelas coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu não escreveria, não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar, sem querer apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara (a moça) te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto. Dar porque a vida de uma publicitária no começo de carreira é estressante, e dar relaxa. Dar porque se você não der pra ele hoje, vai dar amanha, ou depois de amanha. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para as mais desavisadas, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazia. Dar é não ganhar. è não ganhar um "eu te amo" baixinho perdido no meio escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar para a mãe pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua. _ Se você for chata, suas amigas perdoam. Se você for brava, suas amigas perdoam. Até se você for magra, as suas amigas perdoam. Mas... experimente ser amada."